E finalmente alguém do Santos tem a coragem de dizer que no caso Neymar é tudo uma questão de valores, simplesmente de dinheiro. Um lance de “produto” e “valor agregado”.

A jornalista da Folha de São Paulo, Mônica Bergamo, publicou em sua coluna desta quinta feira (sem dar o nome da fonte), que o que irritou os dirigentes do clube foi a insensibilidade do técnico Dorival Jr. na questão do “prejuízo financeiro” que as punições dadas ao jogador trariam ao clube. O glorioso Peixe leva 30% de tudo que é gerado com a venda da imagem do “garoto”: contratos publicitários, licenciamento de produtos, etc…é muita escama pra uma sardinha!

Segundo essa fonte o Santos ficaria prejudicado com a “humilhação” do jogador. Na página de esportes do mesmo jornal, na coluna Painel FC, está a afirmação de que os interessados em patrocinar o clube estão esperando para ver até onde vai essa situação para depois decidirem onde investir o próprio dinheiro.

Eu, que até curtia a propaganda da Panasonic, agora quando vejo o jogador dando piscadinha e anunciando máquina fotográfica e filmadora sinto certo desconforto e não devo ser a única. Para mim e para o público consumidor em geral que vê futebol como esporte, o que fica é a imagem de um jovem abusado e cheio de “poder” no mal sentido. Se não for resolvido logo ou se esse episódio voltar a acontecer, Neymar corre o risco de ficar com a marca de “mimadinho” e de perder o respeito que conseguiu às custas de seu talento inegável.

Para meros mortais o futebol é jogo de equipe e quando um dos participantes se acha acima dos demais a coisa complica. Entendo que Neymar ainda é bastante jovem; aos 18 anos ninguém é super maduro e ele precisa de suporte como qualquer outro com essa idade. Cabe aos que administram sua carreira ajuda-lo a carregar o fardo de ser ídolo de torcida, exemplo de milhares de jovens e detentor de salário na casa dos milhões e por essas e outras, alvo preferencial da imprensa especializada. Se fosse um jogador menos famoso que desse esse xilique em campo é provável que tudo passasse despercebido.

Cabe aos que comandam o futebol, dirigentes e técnicos, trazer de volta o verdadeiro esporte. Eu gostaria que   essa lenga lenga esmagadora de dinheiro e patrocínio que faz o jogador virar mercadoria vendida à quem pagar mais tivesse um fim, mas isso é sonho. A realidade é que ali no campo são onze contra onze e estrelismo, seja de quem for,  só atrapalha.

No mais, o povo quer é resultado mano.